A origem
da rolha ( SOBREIRO )
São precisos 25 anos
em média para que um tronco de sobreiro (árvore que dá a cortiça) comece a
produzir cortiça para a elaboração de rolhas. Cada tronco do sobreiro tem que
atingir em média um perímetro de 70 cm a 1,5 metro do chão. A partir de então,
a sua exploração durará mais de 130 anos.
O primeiro descortiçamento, a chamada
desbóia, obtem-se uma cortiça de estrutura muito irregular e com uma dureza que
se torna complicada de trabalhar. Sendo chamada de “cortiça virgem” que será
utilizada em outras produções e não destinadas a produção de rolhas.
Depois de nove anos, no segundo
descortiçamento, consegue-se um material com uma estrutura mais regular, menos
rígida, mas ainda impróprio para o fabricação de rolhas de qualidade. Mesmo
para rolhas de segunda linha.
É só no terceiro descortiçamento e nos
seguintes, que se consegue uma cortiça com as propriedades adequadas para a
produção de rolhas de qualidade, uma vez que já apresenta uma estrutura
regular, macia e de textura lisa. É a chamada “cortiça de reprodução”. A partir
desta altura, o sobreiro fornecerá, de nove em nove anos, cortiça com boa
qualidade por mais de 130 ou 150 anos.
O descortiçamento do
sobreiro é um processo lento, cuidadoso, devendo ser feito apenas por
pessoas especializadas, os chamados descortiçadores. Caso contrário, o sobreiro
poderia sofrer danos a sua estrutura e prejudicar futuras extrações de cortiça.
Nos
últimos anos o debate tem sido intenso em torno do modo ideal de vedar as
garrafas de vinhos e em torno dos problemas que envolvem a rolha de cortiça. O
tema é importante, pois o modo de tampar a garrafa influi muito na qualidade
final do vinho.
O surgimento da rolha
de cortiça
Garrafas de vidro são usadas para armazenar vinho (ainda de modo raro e insipiente) desde o império romano. Este tipo de recipiente, contudo, só viria a se tornar o padrão a partir do século XVII. O pai da moderna garrafa de vidro para vinhos é o inglês Sir Kenelm Digby, que nos anos 1630 foi proprietário de uma fábrica de vidro e produziu em série garrafas mais resistentes, escuras (para a proteção do líquido da luz) e com formato semelhante ao que hoje é o padrão do mercado (cilíndricas, alongadas, com um pescoço mais fino e com um gargalho reforçado). Este tipo de garrafa adaptou-se bem a uma outra invenção, a rolha de cortiça, que por volta de 1680 começou a ser usada. Nesta data o monge Dom Pérignon teria deixado de usar vedantes de madeira e adotado rolhas de cortiça em seus vinhos espumantes. Até 1830 as rolhas eram em forma do cone, para seu melhor encaixe nos gargalos das garrafas, só a partir daí foram criadas máquinas capazes de introduzir rolhas cilíndricas (como as de hoje) nos gargalos das garrafas.
Garrafas de vidro são usadas para armazenar vinho (ainda de modo raro e insipiente) desde o império romano. Este tipo de recipiente, contudo, só viria a se tornar o padrão a partir do século XVII. O pai da moderna garrafa de vidro para vinhos é o inglês Sir Kenelm Digby, que nos anos 1630 foi proprietário de uma fábrica de vidro e produziu em série garrafas mais resistentes, escuras (para a proteção do líquido da luz) e com formato semelhante ao que hoje é o padrão do mercado (cilíndricas, alongadas, com um pescoço mais fino e com um gargalho reforçado). Este tipo de garrafa adaptou-se bem a uma outra invenção, a rolha de cortiça, que por volta de 1680 começou a ser usada. Nesta data o monge Dom Pérignon teria deixado de usar vedantes de madeira e adotado rolhas de cortiça em seus vinhos espumantes. Até 1830 as rolhas eram em forma do cone, para seu melhor encaixe nos gargalos das garrafas, só a partir daí foram criadas máquinas capazes de introduzir rolhas cilíndricas (como as de hoje) nos gargalos das garrafas.
Rolha maciça –
feita de cortiça maciça, é a de melhor qualidade. Quanto mais longa, larga e
elástica melhor a qualidade da rolha. Uma rolha grande pode ter 55 mm de
comprimento e 25 mm de diâmetro. Enquanto isso uma pequena pode ficar nos 30×15
mm, por exemplo. O diâmetro da boca da garrafa é sempre menor que o diâmetro da
rolha, que é colocada comprimida por uma máquina, para que fique firme e vede
bem o recipiente. Uma rolha “top” pode custar mais de 1 euro a unidade.
Rolha de aglomerado de cortiça –
rolha mais barata feita de cortiça moída e cola, a partir da cortiça que sobra
da elaboração das rolhas maciças. Difere da rolha maciça da mesma forma que uma
madeira maciça se compara a uma madeira de aglomerado. Sua elasticidade e
durabilidade é menor que a de uma rolha maciça (e seu tamanho por vezes
também). Em alguns casos a cola destas rolhas pode passar aromas negativos ao
vinho, o que motivou alguns produtores a adicionarem um disco de cortiça maciça
na parte da rolha que fica em contato com o líquido.
Rolha de Champagne – é feita
de duas partes, em forma de cogumelo. A parte de cima, a cabeça do cogumelo, é
propositalmente feita de aglomerado bastante rígido, sem elasticidade, para que
se possa segurar e sacar a rolha com as mãos ou um alicate apropriado. A parte
de baixo, que fica dentro do gargalo da garrafa, é de rolha maciça e elástica,
para vedar a garrafa e proteger o liquido.
Rolha
sintética – as rolhas
sintéticas chegaram ao mercado no início dos anos 1990 causando espanto (e às
vezes revolta) em consumidores tradicionalistas. Este tipo de vedante oferece
vantagens e desvantagens em relação às rolhas de cortiça. Custam mais barato,
permitem que o vinho seja guardado de pé, pode ser colorida, e o principal, não
transmitem o TCA.
Do lado negativo está primeiramente o aspecto
técnico: esta rolha não é tão elástica quanto a cortiça e não veda totalmente a
garrafa, permitindo a entrada de uma micro quantidade de oxigênio (0,01
centímetro cúbico por dia, dez vezes mais que 0,001 cc das rolhas de cortiça ou
tampas de rosca) provocando a oxidação dos vinhos em caso de longa guarda.
Tampa de Rosca –
Conhecida como screwcap este tipo de vedante vem sendo pesquisado para uso em
vinhos na Austrália desde os anos 1960 e há anos é usado com sucesso em muitos
tipos de bebida (cerveja, sucos, água mineral etc). Trata-se de uma tampa
metálica de rosca coberta internamente por um plástico inerte. Como vantagens traz
seu baixo custo, seu fácil manuseio (dispensa o uso saca rolhas), a garrafa
pode ficar de pé, é reciclável, livre de TCA e funciona perfeitamente para
vinhos jovens. Sua longevidade, contudo, não está comprovada para uso em vinhos
de guarda, embora já seja bastante aceita sua grande eficiência em vinhos
brancos e de consumo jovem em geral. Este tipo de vedante é adotado por novos
produtores a cada ano e é a grande tendência deste mercado. Na Austrália cerca
de 30% de toda a produção engarrafada já utiliza a screwcap. Na Nova Zelândia
esta proporção já ultrapassa os 70%. A nível global, cerca de 15% de todas as
garrafas de vinho comercializadas trazem uma tampa de rosca. No momento este
parece ser o vedante mais promissor, por sua eficiência, fácil utilização e
baixo custo.
Tampa de Vidro
Um tipo de vedante, feito de vidro e forrado com material sintético é usado por alguns produtores alemães e austríacos. No Brasil já esbarrei em vinhos assim do produtor alemão Eugen Müller, representado aqui pela importadora Decanter. Este vedante é chamado de “Vino-lok” e é tipo como muito eficiente, por cumprir bem sua função de selar a garrafa, por sua aparência elegante e por ser reciclável, mas seu custo ainda não é acessível a vinhos mais baratos.
Um tipo de vedante, feito de vidro e forrado com material sintético é usado por alguns produtores alemães e austríacos. No Brasil já esbarrei em vinhos assim do produtor alemão Eugen Müller, representado aqui pela importadora Decanter. Este vedante é chamado de “Vino-lok” e é tipo como muito eficiente, por cumprir bem sua função de selar a garrafa, por sua aparência elegante e por ser reciclável, mas seu custo ainda não é acessível a vinhos mais baratos.
O maior produtor
de cortiça no mundo é Portugal ( Alentejo ), seguido da Espanha e Marrocos .
Santé !!!
Eduardo Machado
Sommelier
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