Já provou vinho sem álcool?
Eu já ...
É um produto relativamente recente, tem uns exemplares (poucos na verdade) no mundo inteiro, e até tem uns no Brasil, mas o primeiro vinho não-alcoólico feito a partir de uvas vitis viniferas de qualidade é da Espanha. O WineZero tinto, por exemplo, é de tempranillo da Ribera Del Duero, já o branco é de uva verdejo de Rueda, ambos procedentes de vinhedos de ótima qualidade.
Geralmente são vinhos com percentagens de 0,3-0,5% de volume alcoólico. Já o conceituado grupo (também espanhol) Matarromera, depois de 5 anos de testes conseguiu lançar no mercado o Emina Zero, o primeiro vinho no mundo com 0% de álcool.
Qual é o intuito? Como no imaginário coletivo o álcool é o maior vilão, então vamos eliminá-lo!
Mas não seria um suco de fruta?
Parece que não, pois o vinho é vinificado exatamente como qualquer vinho tradicional e uma vez fermentado e maturado o mosto, o álcool vem retirado através de um processo físico (nada de químico) chamado Spinning Cone Column (SCC), no qual em baixas temperaturas os componentes moleculares do vinho são desconstruidos, ou seja, separados, e depois novamente reunidos, mas desta vez sem o álcool.
Agora, sobre as qualidades benéficas para a saúde, os experts afirmam que os benefícios cardiovasculares do vinho derivam principalmente do próprio álcool. E que se por um lado este produto contém polifenois e antioxidantes (sobretudo resveratrol), eles não funcionam da mesma maneira sem o álcool, e de qualquer forma mais lentamente. Em breve: parece que para alcançar os benefícios de uma taça de vinho tradicional deveria se beber quase a garrafa inteira do vinho sem álcool.
Quanto ao sabor, eu nunca o experimentei, mas há quem diga que é totalmente sem graça e quem, pelo contrário, gostou bastante.
Enfim, vou repassar a bola para vocês, competentes leitores, que com certeza, saberão acrescentar a matéria com propriedade e plenitude, seja do lado científico que do degustativo.
Dificilmente imagino um Cabernet chileno ou um Amarone com 0% de álcool, mas acho a idéia até boa para quem não consome vinho por motivos ideológicos/religiosos/de saúde e para quem está ao volante.
Mas eu digo que se tomado com responsabilidade e moderação, nada pode substituir o prazer e os benefícios (até de caráter social) de uma boa taça de vinho como sempre o conhecemos.
Eduardo Machado
Sommelier
Onde posso adquirir em São Paulo, Brasil ?
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