Estranho que para alguns é maravilhoso e muito nojento para outros, mas os cafés
mais valorizados são obtidos através de fezes e cuspes de animais
selvagens.
O Kopi
Luwak, conhecido há mais de 2 séculos, é o café mais caro do
mundo. Chega custar U$ 1.500,00 o quilo e U$ 150,00 a dose. O
Kopi Luwak é retirado das fezes de um gato herbívoro selvagem, chamado Civeta
(Luwak), que vive na Indonésia, Vietnã e Índia. Esses gatos só comem os grãos
mais doces e maduros dos pés selvagens do café arábica da região. O sistema
digestivo do civeta não consegue digerir por completo as semente do café, mas
retira a polpa do fruto. Com isso, as enzimas digestivas e bactérias
do animal acabam por processar os grãos de uma forma "toda especial".
Nós também
temos um café especial, o tupiniquim Café do Jacu ou Jacu Bird Coffee para os
estrangeiros. O Café do Jacu é produzido no Espírito Santo e custa em
torno de R$ 300,00/kg. O processo de produção é basicamente o mesmo do Kopi
Luwak, mas o animal envolvido no processo é uma ave, o Jacu. Antes
vilão, pois consumia até 10% dos grãos de café da região, o Jacu passou a
ser um herói, transformando os melhores e mais maduros grãos numa iguaria
com alto valor agregado, que gera grandes lucros aos seus produtores.
Um
terceiro, mas não menos especial, é um café produzido em Taiwan, na vila de
Zangu, que é cuspido por macacos. Os grãos são indigestos para o animal, que
depois de consumir a polpa madura do fruto, acaba por cuspir as sementes. O
café de Zangu, chega custar R$ 100,00/kg e tem um sabor mais doce do que
o café comum, com notas de baunilha. Tem atraído amantes de café do
mundo inteiro para essa pequena região.
Por serem
produtos muito diferenciados e com uma produção pequena, praticamente todos
esses cafés especiais são vendidos ao mercado externo para os grandes
consumidores de café do mundo, como Nova York, Tóquio, Los Angeles
e Londres.
Eduardo Machado
Sommelier
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